Se a tendência não for invertida, em 2050, a quantidade de plástico nos oceanos deverá superar a de peixe
Se a tendência não for invertida, em 2050, a quantidade de plástico nos oceanos deverá superar a de peixe, alerta um estudo divulgado na terça-feira pela Fundação Ellen MacArthur, em parceira com a consultoria McKinsey. Estima-se que, atualmente, mais de 150 milhões de toneladas de plástico estejam a poluir os oceanos. De acordo com o estudo, em 2014, a proporção de toneladas de lixo para peixe era de um para cinco. Caso não se altere a tendência, em 2025, será de um para três. Pelo menos 8 milhões de toneladas de plástico vão parar todos os anos aos oceanos, o mesmo que um camião de lixo por minuto, lê-se no relatório.
O estudo refere que a economia perde 95% das embalagens de plástico após a primeira utilização, num valor estimado de 80 a 120 mil milhões de dólares.
Para reverter o cenário, o estudo, propõe a criação de um novo sistema para reduzir o desperdício de plástico na natureza e um novo órgão independente que regule o setor.
O estudo refere que uma mudança exige a cooperação mundial entre empresas de bens de consumo, produtores de embalagens, empresas responsáveis pela recolhe de lixo, cidades, políticos e outras organizações.
Os oceanos absorvem cerca de um terço do CO2 libertado pela queima de carvão, petróleo e gás, pelo que a sua composição química tem mudado ao longo do tempo, tornando-se mais ácida.
Dióxido de carbono afeta os cérebros dos peixes
Segundo Ben McNeil, principal autor do estudo, com isso, “os peixes ficam perdidos no mar”, pois “o dióxido de carbono afeta os seus cérebros e eles perdem o sentido de direção e a capacidade de encontrar o caminho de casa, nem mesmo sabendo onde estão os predadores”.
McNeil e o seu colega na investigação, Tristan Sasse, fizeram projeções relativamente ao CO2 para o pior cenário, ou seja, para o caso de os seres humanos nada fazerem para reduzir as emissões.
“Mostramos que, se o dióxido de carbono na atmosfera continuar a aumentar, peixes e outras criaturas marinhas que vivem em pontos de concentração de CO2 nos oceanos Antártico, Pacífico e Atlântico Norte vão enfrentar episódios de hipercapnia em meados deste século – muito mais cedo do que o previsto e com efeitos mais nocivos do que se pensava”, disse McNeil.
Para a dupla de cientistas, se a previsão se confirmar, a situação terá impactos profundos na pesca comercial e de subsistência.
No último mês, foi assinado em Paris um pacto sobre o clima para limitar o aquecimento global médio a 2ºCelsius, mediante a redução da emissão de gases com efeito de estufa, entre os quais o CO2.