Juntos pelo Sudoeste é um movimento apartidário de cidadãos de Odemira e Aljezur seriamente preocupados com a situação actual do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina (PNSACV), face ao avanço galopante e descontrolado da indústria agrícola, nomeadamente as culturas cobertas por quilómetros de plástico, num modelo de práticas agrícolas em regime intensivo que vem pôr em causa a integridade do território.
Este Movimento constituiu-se também como reacção à incúria e falta de zelo do Estado Português em preservar um património ambiental ecologicamente sensível, supostamente com elevado estatuto de protecção, mas que tem sofrido fortes ameaças aos seus valores naturais, alguns deles únicos no Planeta.
Estes valores foram ainda mais fortemente postos em causa com a Resolução de Conselho de Ministros 179/2019, que permite triplicar a área coberta de plástico que já existe no PNSACV e ainda por cima autorizar a colocação de contentores dentro das explorações agrícolas para albergar trabalhadores imigrantes até um valor que pode atingir cerca 36 000 pessoas, numa região que tem uma população e está dimensionada para cerca de 26 000 habitantes. Juntos pelo Sudoeste entende que se tem vindo a geral uma situação ambiental, paisagística e social insustentável e explosiva, sem que haja uma reflexão e debate sérios.
Num quadro de emergência climática em que Portugal se quer afirmar como comprometido com o Pacto Verde Europeu, o Acordo de Paris e a neutralidade carbónica, acreditamos que esta situação descredibiliza totalmente o Governo e o Estado Português. Neste sentido, o Movimento Juntos pelo Sudoeste entregou em Março 2020 uma petição pública na Assembleia da República com 6000 assinaturas para que a situação seja avaliada e debatida, e que sejam apresentadas soluções consistentes que respondam às preocupações da população e de outros sectores fundamentais da região do Sudoeste, com vista a uma compatibilização entre os valores de um Parque Natural e a agricultura que lá se faz.
Em paralelo temos uma campanha de crowdfunding cujo objectivo é angariar donativos para financiar uma abordagem judicial a este problema, uma vez que os apelos que têm sido feitos às entidades envolvidas na questão da agricultura intensiva no Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina (PNSACV), para que se estabeleça um diálogo sério e equilibrado sobre o presente e futuro do território, não têm sido surtido efeito até à data.
FONTE: Juntos pelo Sudoeste