Segundo relatam vários documentos da época, às 14 horas e 35 minutos, do dia 14 de julho de 1989, em condições de mar calmo, mas de intenso nevoeiro, o navio-tanque Marão iniciava a manobra de acostagem ao cais petrolífero quando, devido à escassa visibilidade, embateu na cabeça do molhe Oeste, danificando dois tanques de carga com o consequente derrame de cerca de 4500 toneladas de Crude Iranian Heavy.

Apesar de terem sido ativadas medidas de emergência, que incluíram a colocação de barreiras flutuantes na área do terminal e a aplicação de dispersantes químicos, devido à fraca agitação marítima, estima-se que a sua ação tenha sido reduzida.

Na realidade, 24 horas após o acidente, verificava-se uma contaminação das praias de Sines até Porto Covo.

Às 20:30m do dia 15 de julho a mancha encontrava-se a 3-4 milhas da costa, desde Sines até Vila Nova de Milfontes, apresentando-se a mancha progressivamente mais larga no sentido Norte-Sul.

A 16 de Julho verificava-se uma mancha que derivava para Sul existindo ainda outras manchas dispersas.

A 17 de julho, uma mancha derivava para SSE, desde Vila Nova de Milfontes até à Zambujeira do Mar.

A 18 de Julho observou-se a existência de duas manchas compactas, uma aproximando-se da costa (Almograve) e outra derivando para SW.

No dia seguinte, durante a madrugada, registou-se a contaminação das praia de Almograve e zonas a Norte e Sul dessa praia.”

A “cronologia negra” de acidentes graves no Porto de Sines conta com dois derrames: um em Maio de 1987 onde foram derramadas cerca de 900 toneladas de crude provenientes de operações com o navio Nisa; e outro em Julho de 1989 onde o rombo no navio Marão provocou o derrame de 4500 toneladas de crude.

Durante várias semanas, dezenas de militares e trabalhadores contratados para o efeito  limparam toda a costa, naquele é que considerado por muitos como o maior desastre ambiental registado no Litoral Alentejano.

Fonte: Direção Geral da Marinha Portuguesa