Os pescadores pretendem que o Governo suspenda as zonas de restrição total à pesca lúdica e artesanal nos concelhos de Sines, Odemira, Aljezur e Vila do Bispo, e criticam a forma como as mesmas são monitorizadas e fiscalizadas.
Pescadores lúdicos pedem fim das restrições à pesca do sargo na Costa Vicentina e Sudoeste Alentejano
Os pescadores pretendem que o Governo suspenda as zonas de restrição total à pesca lúdica e artesanal nos concelhos de Sines, Odemira, Aljezur e Vila do Bispo, e criticam a forma como as mesmas são monitorizadas e fiscalizadas
Pescadores pediram esta quarta-feira a revogação da portaria de defesa do sargo e a suspensão das áreas interditas à pesca lúdica apeada na Costa Vicentina e Sudoeste Alentejano, até que sejam conhecidos os resultados da monitorização da espécie.
Os pescadores pretendem que o Governo suspenda as zonas de restrição total à pesca lúdica e artesanal nos concelhos de Sines, Odemira, Aljezur e Vila do Bispo, e criticam a forma como as mesmas são monitorizadas e fiscalizadas.
David Rosa, representante das Comissões de Pescadores e População da Costa Portuguesa (CPPCP). disse à Lusa que além da restrição das áreas de pesca, os pescadores lúdicos estão também contra o defeso do sargo no período entre 01 de fevereiro e 15 de março.
“Existe uma clara discriminação em relação à pesca embarcada e à submarina, às quais não se aplicam as restrições, nem de área, nem do defeso”, apontou.
Representante dos pescadores lamenta que o Governo não tenha cumprido a promessa que fez em 2017
David Rosa lamenta que o Governo não tenha cumprido a promessa que fez em 2017 de revogar a portaria de defeso do sargo para a pesca lúdica apeada, “atividade que assegura a subsistência de centenas de famílias na área abrangida”.
O responsável alega que o impacto da captura do sargo à cana pelos pescadores lúdicos na região “é reduzido, ao contrário da pesca embarcada e submarina”.
David Rosa considera que o que tem sido feito “é um trabalho político e não científico, com o objetivo de retirar as pessoas junto do litoral”.
“Não nos opomos à criação de áreas marinhas protegidas ou de restrição, desde que sejam criadas com base em estudos científicos que as suportem e com monitorização e fiscalização contínuas a garantirem a sustentabilidade e a sua continuidade”, afirmou.
David Rosa aponta falta de diálogo por parte do Governo
David Rosa apontou ainda a falta de diálogo por parte do Governo, lamentando que a secretária de Estado das Pescas “tenha cancelado reuniões agendadas a uma hora do seu início, encontros que seriam de elevada importância para os pescadores”.
David Rosa deixou ainda o aviso de que caso o Governo não “atenda as pretensões, os pescadores podem avançar com várias formas de luta, nomeadamente, manifestações em toda a Costa Vicentina e Litoral Alentejano”.
Os pescadores propõem também dois períodos de defeso para o perceve, entre 01 de março e 01 de maio (período da desova) e entre 15 de setembro a 15 de outubro (fixação da desova), e o aumento da apanha para os três quilogramas.
Para o ouriço-do-mar, é proposto um período da apanha do entre 01 de novembro e 01 de maio, e um máximo de 10 quilogramas, e a fixação para o máximo de cinco quilogramas para o conjunto de marisco (mexilhões, lapas, ostras, burriés, navalheiras, ouriço-do-mar e búzios).
Fonte: POSTAL